XXVI Domingo do Tempo Comum: A sensibilidade de Deus nas lições de justiça
Neste domingo (25) a Igreja adentrou na 26ª Semana do Tempo
Comum, e com isso proporcionou aos fiéis a refletir na relação com Deus e com o
próximo acerca dos dons e bens que são concedidos a cada um; o Bispo Diocesano
de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, celebrou missa em dois
momentos do dia: pela manhã na Catedral, às 10h; e à noite presidiu a Missa
festiva em honra ao Padroeiro São Miguel Arcanjo, na cidade de Barra de São
Miguel-PB, onde foi acolhido com muita festa pelo Padre Jefferson e seus
paroquianos.
Na homilia proferida neste domingo, o Bispo falou sobre a
sensibilidade de Deus nas lições de justiça, e explicou que no interior do
Evangelho escrito por São Lucas 16,19-31, são encontradas belíssimas lições de
como praticar a misericórdia, cujo nascedouro é o próprio Deus. Ao introduzir
sua pregação, Dom Dulcênio disse que na liturgia desta 26º Domingo do Tempo
ordinário, os católicos são inspirados a copiarem a misericórdia de Deus pelo
exercício da justiça:
“Somos capazes de
entender que a justiça é filha da caridade. E, por sua vez, a prática da
justiça sintetiza o que a Igreja chama de obras de misericórdia, sejam elas
corporais, que significam: dar de comer a quem tem fome, dar de beber a quem
tem sede, vestir os nus, dar pousada aos peregrinos, assistir aos enfermos,
visitar os presos e enterrar os mortos; sejam as espirituais que significam:
dar bons conselhos, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os
tristes, perdoar as injúrias, sofrer com paciência as fraquezas do nosso próximo,
rogar a Deus pelos vivos e defuntos”, pregou.
Prosseguindo, disse que a justiça é reflexo da sensibilidade
do próprio Deus, que se esconde nos pequenos, nos fracos e nos suscetíveis;
logo a injustiça seria um reflexo da insensibilidade do coração dos homens;
apatia que pode prejudicar ambiente e meios, tal como a sociedade e o mundo: “A
indiferença de coração é um asfixiar-se em si mesmo, aspirando o ar contaminado
do egoísmo, gerador da soberba, da vaidade e da avareza, ao invés do respiro no
puro hálito do amor de Deus, que nos vivifica”, comentou.
Ao explicar o Evangelho, o bispo disse que somente o pobre
possui um nome, Lázaro, cujo significado é “Deus ajudou, socorreu”. Aquele que
foi objeto da ignorância do rico é reconhecido por Deus; identificado pelo
próprio Deus, que, nele, se escondia.
“Aponto-lhes três
sinais: 1) o rico, que desconhecia Deus em Lázaro, torna-se ignorado pelo
próprio Deus; 2) o rico é deixado sem nome propositalmente, porque, não raras
vezes, agimos como ele; 3) para manifestar a diferença entre a lógica do mundo
e a de Deus, que é perfeita: enquanto o mundo tende a homenagear os opulentos,
os maiorais, os que ostentam e aparentam, Deus reconhece o pobre, o frágil, o
débil”, explicou.
E concluiu com a seguinte reflexão: “Lázaro obteve a
sensibilidade do próprio Deus, assim como nós, quando éramos pobres pecadores.
Como Lázaro, após o nosso resgate salvador e uma vivência, segundo favor
divino, seremos premiados com a plenitude da justiça divina, quando triunfar em
nós a misericórdia do Senhor. Porém, enquanto tal bem-aventurança não nos
chega, como membros da Igreja de Cristo, cabe-nos trabalhar pela justiça,
anunciando-a com voz profética, pela promoção da caridade, para que, levando a
luz da fé aos corações de toda a humanidade, todos se convertam ao amor e à
justiça, que de tal virtude procede. Eis o nosso dever diante de tão grande
lição!”, findou.
Por: Ascom
Fotos: Pascons paroquiais