“A misericórdia sempre sucede à justiça”, refletiu Dom Dulcênio nas celebrações deste Domingo, 26 de junho

Postado em 26/06/22 às 19:586 minutos de leitura1442 views

     Neste Domingo, 26 de junho, Dom Dulcênio Fontes de Matos, Bispo diocesano, presidiu à Santa Missa na Igreja Catedral de Campina Grande, às 10 da manhã. Nesta Missa matutina da Catedral Diocesana, o Pe. Luciano Guedes, Pároco da catedral, recordou que a celebração marca o enceramento do X Encontro Mundial das Famílias, em união com o Papa Francisco. Dom Dulcênio, ao fim da celebração, agradeceu o empenho das pastorais e movimentos da Família na Diocese de Campina Grande e os incentivou a não desistir da missão.

     À tarde presidiu Missa na Matriz Santuário do Sagrado Coração de Jesus, no Bairro Catolé, também em Campina Grande. A solene liturgia teve lugar no encerramento do Tríduo em honra ao Sagrado Coração desta tradicional Paróquia de Campina Grande, foi celebrado o Sacramento da Confirmação de 32 jovens e adultos e contou com a presença do Pe. Weslley Rangel e dos seminaristas.

Na Missa da Catedral

     Comentando a liturgia do XIII Domingo do Tempo Comum, Dom Dulcênio apontou a caminhada que Jesus estava fazendo para Jerusalém. “É a caminhada para a Cruz – disse o Bispo – E, para isto, quer-nos associar a Si”. Nessa caminhada, urge – da parte do cristão – a necessidade de te coragem e desapego, coragem que instiga a superar as dificuldades e desapego para unir-se mais inteiramente a Cristo.

     Somente deste modo, para Dom Dulcênio, o cristão pode enfrentar todas as situações que lhe advém: “Para sentir-se associado ao Cristo que passa e vocaciona, o cristão deve-se honrar pela coragem de enfrentar situações adversas, que tentam concorrer com o inquietante chamado que Jesus faz”. Neste sentido, entra em cena o tema do desprendimento, pois, para seguir Jesus por inteiro, o cristão é chamado a se desinstalar e ir ao encontro do Mestre: “Um desprendimento que nos desinstale de nós, que nos conforme a Jesus, imitando-O na firme vontade de Deus, sem concessões ao que nos leva ao pecado”.

     O Bispo fez ainda uma exortação aos que tentam relativizar as verdades da fé em nome de uma verdade mais “agradável”: “alguns que se arrogam em dizer que são de Igreja, sacerdotes, religiosos, fiéis leigos de pastorais e movimentos, que comungam, mas que querem relativizar as exigências do Senhor e da Sua Lei em nome de um pseudocristianismo”. Dom Dulcênio fez uma exortação aos diocesanos, indicando a não relativizar as verdades sobre o céu, o inferno e o purgatório, evitando que esse relativismo faça a fé se tornar o fruto de um sentimento raso.

     E conclui apontando que o cristão não deve render-se ao medo ou à timidez estéril, mas deve sempre seguir o modelo de vida deixado pelo próprio Cristo: “o medo entorpece; então, já que o Senhor, na Sua fidelidade, nos chamou à Si, não hesitemos em dar-nos completamente a Ele”. Lembrou que o a fidelidade do cristão deve ser em todos os momentos: “Ou sou Cristão, ou não sou; ou abraço os valores de Jesus, ou não abraço – não existem meios termos: é o que Deus espera de mim e de todos nós”. E pediu aa Deus que as famílias sejam, de fato, Igrejas domésticas: “se as famílias deixam de passar os autênticos valores cristãos aos filhos e netos, amanhã testemunharão apenas o vazio”.

Festa do Coração de Jesus no Catolé

     “Fazer do homem um ser livre e vivente na luz de Deus”. Assim Dom Dulcênio definiu o objetivo do amor de Deus para com os homens na celebração conclusiva da Festa do Sagrado Coração de Jesus, no Bairro Catolé. Segundo Dom Dulcênio, a liturgia do Sagrado Coração de Jesus baliza a reflexão para o entendimento de que Jesus é o Bom Pastor que não deixa faltar nada a nenhum dos seus servos: “É, pois, o Sagrado Coração a fonte inesgotável de todos os bens, fonte salvadora, para qual rumamos com uma alegria duradoura, e mais do que isso, verdadeira, e mais ainda, perene, e por isso mesmo, eterna”.

     A partir das leituras propostas, Dom Dulcênio lembrou que, com a sua morte, Jesus redimiu o gênero humano e, em sua cruz, se tem o cajado para reconduzir as ovelhas ao caminho certo. Para ele, Jesus é o pastor cujas características de amor, ternura e compaixão são “condensados em misericórdia”. Esta é a marca própria do Coração de Jesus; e, por isso, ele é o pastor necessário para as ovelhas, uma vez que é o único pastor que pode consolar todos os homens em suas aflições e angústias.

     “Cristo é Pastor ‘intemerário’ – disse o Bispo – que se arrisca para resgatar a ovelha perdida e, por isso, precisa de socorro”. Recordou que diante de Jesus todos os falsos pastores caem por terá; Jesus conduz a todos para o céu, fazendo-as passar pelos vales tenebrosos, guiando-as com seu cajado e seu cetro – pastor e rei. E, mesmo que advenham as dificuldades, os cristãos devem sempre confiar nele: “O Bom Pastor sempre percebe as nossas querelas e os nossos cansaços provenientes deste mundo, de uma vida que anseia o céu, mas ainda não está nele. E, quando isto acontece, Ele nos põe sobre os ombros, e caminha conosco, emprestando-nos a sua força, o seu vigor”.

     Para Dom Dulcênio, Jesus é o pastor que dá a verdadeira felicidade, aquela que brota do profundo do coração do homem, e o impele a sempre fazer a vontade de Deus, vivendo numa comunhão com a sua vida e antecipando a glória futura. Nisto também reside a missão dos homens de faze sempre com que mais ovelhas se voltem e vão para junto do verdadeiro Pastor.

     O Bispo completou sua reflexão lembrando que todos são “co-pastores”, ou seja, todos são pastores no Pastor. Por esse motivo, convidou os presentes a não ser “empecilho para o retorno das ovelhas desgarradas”. Só fazendo o que Deus pede é que o homem pode chegar ao céu, ainda que não se compreendam os seus caminhos, pois, segundo Dom Dulcênio, “o que parece com o descurar da justiça por parte de Deus, na realidade, é o seu direito. A misericórdia sempre sucede à justiça, e nisto está alegria do Senhor”. E concluiu fazendo um convite aos presentes: “Admiremo-lo e deixemo-nos cativar por ele. E mais: assumamos as suas características”.

Texto – Sem. Humberto Carneiro

Fotos – PasCom paroquial

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