“A misericórdia sempre sucede à justiça”, refletiu Dom Dulcênio nas celebrações deste Domingo, 26 de junho
Neste Domingo, 26 de junho, Dom Dulcênio
Fontes de Matos, Bispo diocesano, presidiu à Santa Missa na Igreja Catedral de
Campina Grande, às 10 da manhã. Nesta Missa matutina da Catedral Diocesana, o
Pe. Luciano Guedes, Pároco da catedral, recordou que a celebração marca o
enceramento do X Encontro Mundial das Famílias, em união com o Papa Francisco. Dom
Dulcênio, ao fim da celebração, agradeceu o empenho das pastorais e movimentos
da Família na Diocese de Campina Grande e os incentivou a não desistir da
missão.
À tarde presidiu Missa na Matriz Santuário
do Sagrado Coração de Jesus, no Bairro Catolé, também em Campina Grande. A solene
liturgia teve lugar no encerramento do Tríduo em honra ao Sagrado Coração desta
tradicional Paróquia de Campina Grande, foi celebrado o Sacramento da
Confirmação de 32 jovens e adultos e contou com a presença do Pe. Weslley
Rangel e dos seminaristas.
Na Missa da Catedral
Comentando a liturgia do XIII Domingo do Tempo
Comum, Dom Dulcênio apontou a caminhada que Jesus estava fazendo para
Jerusalém. “É a caminhada para a Cruz – disse o Bispo – E, para isto, quer-nos
associar a Si”. Nessa caminhada, urge – da parte do cristão – a necessidade de
te coragem e desapego, coragem que instiga a superar as dificuldades e desapego
para unir-se mais inteiramente a Cristo.
Somente deste modo, para Dom Dulcênio, o
cristão pode enfrentar todas as situações que lhe advém: “Para sentir-se
associado ao Cristo que passa e vocaciona, o cristão deve-se honrar pela
coragem de enfrentar situações adversas, que tentam concorrer com o inquietante
chamado que Jesus faz”. Neste sentido, entra em cena o tema do desprendimento,
pois, para seguir Jesus por inteiro, o cristão é chamado a se desinstalar e ir
ao encontro do Mestre: “Um desprendimento que nos desinstale de nós, que nos
conforme a Jesus, imitando-O na firme vontade de Deus, sem concessões ao que
nos leva ao pecado”.
O Bispo fez ainda uma exortação aos que
tentam relativizar as verdades da fé em nome de uma verdade mais “agradável”:
“alguns que se arrogam em dizer que são de Igreja, sacerdotes, religiosos,
fiéis leigos de pastorais e movimentos, que comungam, mas que querem relativizar
as exigências do Senhor e da Sua Lei em nome de um pseudocristianismo”. Dom
Dulcênio fez uma exortação aos diocesanos, indicando a não relativizar as
verdades sobre o céu, o inferno e o purgatório, evitando que esse relativismo
faça a fé se tornar o fruto de um sentimento raso.
E conclui apontando que o cristão não deve
render-se ao medo ou à timidez estéril, mas deve sempre seguir o modelo de vida
deixado pelo próprio Cristo: “o medo entorpece; então, já que o Senhor, na Sua
fidelidade, nos chamou à Si, não hesitemos em dar-nos completamente a Ele”.
Lembrou que o a fidelidade do cristão deve ser em todos os momentos: “Ou sou
Cristão, ou não sou; ou abraço os valores de Jesus, ou não abraço – não existem
meios termos: é o que Deus espera de mim e de todos nós”. E pediu aa Deus que
as famílias sejam, de fato, Igrejas domésticas: “se as famílias deixam de
passar os autênticos valores cristãos aos filhos e netos, amanhã testemunharão
apenas o vazio”.
Festa do Coração de Jesus no Catolé
“Fazer do homem um ser livre e vivente na
luz de Deus”. Assim Dom Dulcênio definiu o objetivo do amor de Deus para com os
homens na celebração conclusiva da Festa do Sagrado Coração de Jesus, no Bairro
Catolé. Segundo Dom Dulcênio, a liturgia do Sagrado Coração de Jesus baliza a
reflexão para o entendimento de que Jesus é o Bom Pastor que não deixa faltar
nada a nenhum dos seus servos: “É, pois, o Sagrado Coração a fonte inesgotável
de todos os bens, fonte salvadora, para qual rumamos com uma alegria duradoura,
e mais do que isso, verdadeira, e mais ainda, perene, e por isso mesmo, eterna”.
A partir das leituras propostas, Dom
Dulcênio lembrou que, com a sua morte, Jesus redimiu o gênero humano e, em sua
cruz, se tem o cajado para reconduzir as ovelhas ao caminho certo. Para ele,
Jesus é o pastor cujas características de amor, ternura e compaixão são “condensados
em misericórdia”. Esta é a marca própria do Coração de Jesus; e, por isso, ele
é o pastor necessário para as ovelhas, uma vez que é o único pastor que pode consolar
todos os homens em suas aflições e angústias.
“Cristo é Pastor ‘intemerário’ – disse o
Bispo – que se arrisca para resgatar a ovelha perdida e, por isso, precisa de
socorro”. Recordou que diante de Jesus todos os falsos pastores caem por terá;
Jesus conduz a todos para o céu, fazendo-as passar pelos vales tenebrosos,
guiando-as com seu cajado e seu cetro – pastor e rei. E, mesmo que advenham as
dificuldades, os cristãos devem sempre confiar nele: “O Bom Pastor sempre
percebe as nossas querelas e os nossos cansaços provenientes deste mundo, de
uma vida que anseia o céu, mas ainda não está nele. E, quando isto acontece,
Ele nos põe sobre os ombros, e caminha conosco, emprestando-nos a sua força, o
seu vigor”.
Para Dom Dulcênio, Jesus é o pastor que dá
a verdadeira felicidade, aquela que brota do profundo do coração do homem, e o
impele a sempre fazer a vontade de Deus, vivendo numa comunhão com a sua vida e
antecipando a glória futura. Nisto também reside a missão dos homens de faze
sempre com que mais ovelhas se voltem e vão para junto do verdadeiro Pastor.
O Bispo completou sua reflexão lembrando
que todos são “co-pastores”, ou seja, todos são pastores no Pastor. Por esse
motivo, convidou os presentes a não ser “empecilho para o retorno das ovelhas
desgarradas”. Só fazendo o que Deus pede é que o homem pode chegar ao céu,
ainda que não se compreendam os seus caminhos, pois, segundo Dom Dulcênio, “o
que parece com o descurar da justiça por parte de Deus, na realidade, é o seu
direito. A misericórdia sempre sucede à justiça, e nisto está alegria do Senhor”.
E concluiu fazendo um convite aos presentes: “Admiremo-lo e deixemo-nos cativar
por ele. E mais: assumamos as suas características”.
Texto – Sem. Humberto Carneiro
Fotos – PasCom paroquial