“Nos momentos diversos, refugia-te no sacrário para sentires o Céu!”: a Celebração de Corpus Christi na Catedral de Campina Grande
A tarde desta quinta-feira foi exaltada na
Catedral de Campina Grande com a Santa Missa na Solenidade do Santíssimo Corpo
e Sangue de Cristo, tradicionalmente celebrada na quinta-feira depois da
Solenidade da Santíssima Trindade. A Santa Missa foi presidida pelo Bispo diocesano,
Dom Dulcênio Fontes de Matos, e contou com a participação dos padres das Foranias
da cidade de Campina Grande, como uma forma de manifestar a unidade da
Eucaristia.
A Celebração também teve um sentido
especial, uma vez que foram comemorados os 21 anos de Ordenação Episcopal de
Dom Dulcênio. O Bispo agradeceu a presença e as mensagens de todos, e dirigiu-se
aos fiéis com uma palavra de força e de pedido: “Para que meu ministério seja
frutuoso, preciso contar sempre com as orações de todos!”, lembrou dom Dulcênio.
O Vigário geral da Diocese e Pároco da Catedral, Pe. Luciano Guedes, em nome do
clero diocesano, dirigiu palavras com votos de fortaleza e ânimo na caminhada
episcopal.
A homilia
Em sua homilia, Dom Dulcênio recordou que
desde sempre a Igreja foi obediente à palavra de Jesus, na celebração dos
divinos mistérios do Altar. Por isso, fez uma relação da Eucaristia com a
Escatologia, a pare da teologia que aborda os últimos eventos da história do
homem, bem como da vida eterna, do céu, inferno e purgatório. Ele lembrou que,
na Liturgia Eucarística, “somos felizardos por saborearmos antecipadamente a
consumação das realidades últimas, escatológicas para qual todo homem e a
criação rumam”.
O homem é feliz por saborear já aqui a
doçura do céu, mas o pecado feriu a condição humana, o que nos deixou distantes
da liberdade. Em Cristo se abre, então, uma nova porta por onde corre a água da
salvação. É este mesmo Cristo que se dá ao homem na comunhão. Ele mesmo se dá
como dádiva ao homem, e chama os homens à unidade nele. Nesta união, já se
contempla o eterno: “a realidade da Igreja – apontou Dom Dulcênio – reunida
para celebrar, já é participação do que, na eternidade, é algo pleno, tal como,
no Apocalipse, São João nos apresenta”.
Dom Dulcênio também aproveitou a ocasião
para recorda a importância da oração pelos fiéis falecidos: “Esta prece de
sufrágio encontra maior eficácia dentro da Celebração Eucarística, para que,
purificados pela misericórdia de Deus, os nossos defuntos possam alcançá-Lo na
visão beatífica, no céu”. Dessa visão beatífica um dia todos nós participaremos,
por isso, o Bispo lembrou que “o fruto do Altar é o viático, o alimento de uma
alma que anseia o Céu”; e, nesta espera pelo céu, o cristão deseja cada vez
mais chegar até o encontro com Deus, sem temer nem mesmo a morte: “quem
comunga, fiel e dignamente, não teme a morte se esta lhe advém”.
Por fim, concluiu fazendo um pedido a
todos aqueles que acorreram às Igrejas neste dia Santo: “nos momentos mais
diversos, refugia-te nos umbrais do sacrário para sentires o Céu que, por alto
preço de cruz, foi aberto para ti pelo Deus que te espera”. E lembrou que todos
os que recebem do sacramento com fé, possuem desde agora, o que foi reservado
desde a eternidade no céu.
Ao fim da homilia, Dom Dulcênio fez uma
breve recordação do dia de sua Ordenação episcopal. Lembrou o auxílio que teve
na escolha do seu lema episcopal, por Dom Mário Rino Sivieri (in memoriam), que
é um lema eucarístico também. “Sempre celebro a Eucaristia como se fosse a
primeira”, disse Dom Dulcênio; “sempre procuro me lembrar do Pão da vida que é
Jesus, e do pão dos pobres”. O Bispo lembrou que foi a fidelidade ao seu lema
episcopal que sempre o inspirou a buscar levar o pão a todos, especialmente aos
mais necessitados: “não podemos comungar o Pão Eucarístico sem se preocupar com
os que não tem o pão cotidiano”. E concluiu pedindo a Deus força para ser
sempre fiel ao lema que escolheu.
A celebração foi encerrada com a tradicional
Procissão de Corpus Christi por algumas ruas do centro de Campina Grande, sendo
marcada pela emoção e pela força de vontade de muitos que acompanharam descalços,
entre hinos e preces, depois de dois anos sem que esta procissão fosse
realizada. Ao final da procissão, o Bispo concedeu a bênção com o Santíssimo
Sacramento no largo da Catedral.
Texto – Sem. Humberto Carneiro
Fotos – PasCom Diocesana









