Dom Delson comenta nota da CNBB sobre a descriminalização do uso de drogas

Atualizado em 25/06/19 às 12:523 minutos de leitura354 views

A presidência da  CNBB, Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, divulgou nota oficial nesta quinta-feira, dia 27, sobre a descriminalização do uso de drogas no país. Contrária a esta decisão, a nota alerta que “a não punibilidade do porte de drogas, tendo como argumento a preservação da liberdade da pessoa, poderá agravar o problema da dependência química, escravidão que hoje alcança números alarmantes”. Dom Manoel Delson, Bispo de Campina Grande, reitera a posição da presidência da CNBB, afirmando que “se a sociedade aceita a liberação do uso de drogas, mesmo que seja apenas de consumo pessoal, vai facilitar e muito a propagação do tráfico e o aumento da violência”.

“A posição da Igreja é muito clara em favor da vida. Tudo o que venha beneficiar a propagação da droga, evidentemente vai contra a vida. Nós já vivemos tantas dificuldades no nosso país, como falta de educação, políticas públicas, falta da segurança, um ineficaz combate ao tráfico...”, comenta Dom Manoel Delson. O Bispo ainda alerta para o risco em que serão colocadas as crianças e os adolescentes, que são facilmente manipulados com uma falsa ilusão de liberdade, levados à experimentar as drogas que, mesmo ilícitas, não acarretarão crime ser apanhado com porte delas. “Oficializar o uso, é uma péssima ideia. Não creio que seja solução para o Brasil começar a abrir para que a droga seja oficializada. Os problemas irão aumentar e irá atingir principalmente aqueles mais frágeis, como crianças e adolescentes, e a família não tem como acompanhar essa situação se a lei vem dar guarita  e permitir que haja o uso da droga de modo legal”, disse.

Confira a Nota da CNBB na íntegra

A nota da CNBB afirma que há uma necessidade de combater de forma mais eficaz a droga. “O caminho mais exigente e eficaz, a longo prazo, é a intensificação de campanhas de prevenção e combate ao uso das drogas, acompanhado de políticas públicas nos campos da educação, do emprego, da cultura, do esporte e do lazer para a juventude e a família. O Estado seja mais eficaz nas ações de combate ao tráfico de drogas”, diz a nota.

Outra questão apontada é a falta de estruturas públicas para acompanhar dependentes químicos e ajuda-los no tratamento. “Com a descriminalização das drogas, a crescente demanda de tratamento da parte de incontáveis dependentes aumentaria muito. A Igreja Católica, outras instituições religiosas e particulares, por meio de casas terapêuticas, demonstram o compromisso com a superação da dependência química e recuperação dos vínculos familiares e sociais ao acolher, cuidar e dar oportunidade de vida nova a milhares de adolescentes, jovens e adultos através da espiritualidade, do trabalho e da vida de comunidade”.

Em Campina Grande, a Diocese conta com duas unidades da Fazenda do Sol, coordenada pelos Padres da Congregação Passionista e que conta com mais de 50 pessoas em tratamento. Um número muito inferior à quantidade de pessoas que procura a casa em busca de apoio para livrar-se da dependência química.

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