"As crises serão inevitáveis, mas todas são superáveis", recorda Pe. Acúrcio durante pregação no retiro do clero

Atualizado em 25/06/19 às 10:293 minutos de leitura392 views
Discorrendo sobre o tema “A consequência do discipulado”, na tarde da quarta-feira (11), o Pregador do Retiro do Clero Diocesano de Campina Grande falou a respeito dos conflitos na vida de quem decide seguir Jesus. "As crises serão inevitáveis, mas todas são superáveis". Segundo Pe. Acúrcio, o conflito é o choque entre posturas diferentes ou interesses opostos. E para vencer os conflitos, o presbítero deve ter em mente aquilo que disse Jesus: “Estou no mundo, mas não sou do mundo” (Jo 17,14). Sendo assim, “se nós padres estamos no mundo é para oferecermos as coisas do alto e não as coisas do mundo”, declara. Nesta linha de pensamento, sublinhou que é preciso, como presbítero, olhar o homem na sua totalidade. "O padre não deve cuidar apenas do espiritual, pois desta maneira estaria caindo numa pastoral espiritualista e desencarnada da realidade. O Padre é profeta e precisa cuidar do homem por inteiro, não só do espírito, mas da vida concreta, e para isso é imperativo que forme o seu rebanho a partir da doutrina social da Igreja. Seria como mostrar um céu que começa já aqui, oferendo os passos da vida de Jesus que sempre olhou para as misérias do seu povo", orienta. Prosseguindo na reflexão, Pe Acúrcio, disse que os conflitos existem e sempre existirão, inclusive entre os padres, porque são indivíduos diferentes, porque há interesses diferentes. "Porque são peregrinos inacabados que estão sempre em construção", pontua. Também afirmou que na vida de Jesus existiram conflitos por causa da sua opção de fazer a vontade do Pai e por causa da sua fidelidade ao Pai. Entre os conflitos mais evidentes nas Sagrada Escrituras, o pregador destacou que Jesus teve conflito com seus pais (Lc 1,41-50), consigo mesmo (Mc 14,34-36; Lc 23), com seus parentes (Mc 3,21), com os conterrâneos (Mc 6,1-6) com os fariseus (Lc 11, 37-52), com os escribas (Mc 12, 38-40), com o poder político (Lc 13,31-33), com o poder religioso (Jo 11,45-54), com o povo (Jo 6,14-50) e com os discípulos (Mc 8,32-33). Por outro lado, salientou que Jesus em certos momentos provocava conflitos para desmoralizar a hipocrisia da cúpula religiosa do templo. "Basta lembrar das curas em dia de sábado que não eram permitidas, mas Jesus os contrariava mostrando que para fazer o bem não tinha dia nem hora certa", lembra. Pe. Acúrcio disse que Jesus enfrentava os conflitos sem ódio, sem medo, olhando nos olhos e consciente. Ele assumia as consequências dos conflitos e não se acovardava. Assim, espelhados no Mestre é preciso tomar consciência das atitudes erradas para que seja possível resolver os conflitos de maneira correta: "assumindo-o cara-a-cara, tomando consciência da opção principal diante da situação, buscando a solução, escutando, deixando-se interpelar pela outra parte e refletindo em comunidade". O Retiro do Clero Diocesano, que acontece no Convento Santo Antônio, em Lagoa Seca, desde a última segunda-feira, dia 09 de julho, encerra-se na noite desta quinta-feira (12). Por Pe. Márcio Henrique/ Coordenador da Pascom Diocesana Fotos: Pe. Francisco Evaristo

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