A Missa de Sétimo dia de Dom Henrique Soares

Atualizado em 25/07/20 às 16:593 minutos de leitura491 views

"Cremos no infinito amor do Senhor, que Dom Henrique está em paz porque a sua esperança, que sempre foi o Cristo, em Quem apascentou, incutiu-lhe a imortalidade". Disse Dom Dulcênio Fontes, o Bispo de Campina Grande, na Missa de sétimo dia em sufrágio de Dom Henrique.

 

O clima era de comoção, o clero de Palmares ainda chorava a partida do seu pastor. E foi em meio às lágrimas, mas firmes na ressurreição que a Missa de sétimo dia de Dom Henrique Soares foi rezada na Igreja Catedral de Nossa Senhora da Conceição dos Montes, em Palmares PE, na manhã desta sexta-feira (24).

A missa reuniu os familiares de Dom Henrique, o clero local, e alguns Bispos do regional, que mantiveram todos os cuidados possíveis protegidos conta o Coronavírus.

A missa foi presidida pelo Bispo emérito de Palmares, Dom Genival Saraiva, mas coube ao Bispo Diocesano de Campina Grande, Dom Dulcênio Fontes de Matos, proferir a homilia.

A missa em sufrágio da alma de Dom Henrique foi transmitida ao vivo pelas redes sociais da Pastoral da Comunicação, e contou com centenas de internautas que acompanharam a celebração.

'A recompensa de um pastor';  assim Dom Dulcênio começou sua homilia, refletindo sobre as bençãos de Deus que recaem na vida de seus escolhidos. Lembrou do lema Episcopal de Dom Henrique, "Apascentar em Cristo", e disse ter sido uma grande característica de sua vida.

"Nosso saudoso Bispo se esforçou para trazer as ovelhas desgarradas ao único rebanho do Senhor, que é a Sua Santa Igreja Católica. Resgatando vidas pela força que brota do Evangelho. O intrépido Dom Henrique fez justiça à sua escolha, não apenas no esforço de ser um bom Bispo (o que não o fez por vaidade ou autopromoção), mas para fazer boas as almas que lhe foram confiadas ao cuidado pastoral". Disse.

Recordando o frutífero ministério exercido por Dom Henrique, Dom Dulcênio falou sobre a morte do Bispo de Palmares que impactou milhares de fiéis.

"Provado nos últimos dias, reluziu ainda mais a chama de sua esperança. A beleza do Céu que, eloquentemente, pregou, criando nos seus ouvintes grande desejo do Alto, pela misericórdia de Deus, é chamado à posse. E porque “a vida dos justos está nas mãos de Deus” (Sb 3,1), tal como nos confirmou a Primeira Leitura, esperamos, porque cremos no infinito amor do Senhor, que ele esteja em paz porque a sua esperança, que sempre foi o Cristo, em Quem apascentou, incutiu-lhe a imortalidade." Afirmou o Bispo de Campina Grande.

Emocionado, Dom Dulcênio, confessou que durante a estadia de Dom Henrique na UTI, sentiu bastante o sofrimento de seu irmão no episcopado. E apontando à esperança cristã assim falou:

"Dom Henrique apontou o caminho de Cristo. Recordo-me do belo significado da mitra. Quando da nossa sagração, ao nos ser imposta sobre a cabeça, a Igreja ordena-nos: “Recebe a mitra e brilhe para ti o esplendor da santidade, para que, quando vier o Príncipe dos pastores, mereças receber a inacessível coroa da glória”. Esta promessa de Deus de prados eternos aos pastores que são dóceis ovelhas, está sempre diante do Bispo pelo significado da mitra: coroa de santidade e de justiça (2Tm 4,8), que, pelo fiel anúncio da Palavra de Deus e pela assistência contínua do Espírito Santo, está reservada aos que portam o doce fardo da Igreja do Senhor. Que, transportado aos ombros do Bom Pastor, Dom Henrique alcance as campinas eternas que tão ansiosamente esperou e tão ardentemente apontou". Desfechou a sua homilia.

Dom Henrique faleceu no último sábado (18) por complicações causadas pela Covid-19, depois de 14 dias internado na unidade de terapia intensiva do Hospital Memorial São José, no Recife. O religioso tinha 57 anos de idade e nos últimos 6 anos exercia o pastoreio em Palmares. No Regional Nordeste 2 da CNBB, presidia a Comissão Pastoral para a Cultura e Educação.

Por: Ascom, com apoio dos prints, Seminarista Syllas Emanuel.

 

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