Leigo como sujeito eclesial e autonomia: CNBB apresenta nova redação do Documento 107

Atualizado em 25/06/19 às 13:013 minutos de leitura355 views

A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou na quarta-feira, dia 17 de junho, a nova versão, ampliada e revisada, do Documento de Estudos “Cristãos Leigos e Leigas na Igreja e na Sociedade – Sal da Terra e Luz do Mundo”, que recebeu a numeração 107A. O tema foi prioritário da 53ª Assembleia Geral da Conferência, realizada no mês de abril, em Aparecida (SP). Na ocasião, o episcopado brasileiro aprovou o novo texto como Estudo ampliado, após receber revisões e ementas.

“Agora temos o desafio de fazê-lo chegar às bases, ser lido, estudado e debatido por leigos inseridos nas pastorais, movimentos e novas comunidades, bem como todo o clero”, falou o presidente da Comissão Episcopal para o Laicato, Dom Severino Clasen.

UNIDADE E AUTONOMIA

O Estudo 107A pretende animar o laicato na compreensão de sua atuação como sujeitos eclesiais nas diversas realidades em que se encontram inseridos. Traz uma reflexão que mostra o amadurecimento e consolidação dos trabalhos voltados aos leigos na Igreja no Brasil. “Percebemos que houve evolução no diálogo da Comissão com diferentes instâncias do laicato, como as novas comunidades, associações laicais, movimentos. Na avaliação, concluímos que devemos prosseguir neste entusiasmo e na unidade”, destacou Dom Severino.

[caption id="attachment_2031" align="alignright" width="305"]Dom Frei Severino Clasen Dom Frei Severino Clasen[/caption]

O bispo informou que esta interação e unidade com as diversas realidades do laicato no Brasil deu mais profundidade e leveza ao texto. Houve, também, mudanças nos capítulos, inclusão e aprofundamento de questões relativas à espiritualidade do leigo.

“Nos perguntamos: qual a espiritualidade do leigo? E respondemos, é a espiritualidade do discípulo-missionário. Ora, a alegria do Evangelho, a alegria da missão, deu uma nova visão ao texto”, frisou o bispo.

Segundo Dom Severino, o texto busca valorizar a presença dos cristãos leigos e leigas na Igreja e na Sociedade. O presidente da Comissão Episcopal para o Laicato afirmou que a comissão encarregada pela elaboração do texto agradece todas as contribuições que recebeu de diferentes partes do Brasil, por leigos, bispos, padres e peritos envolvidos.

“Apresentamos o texto atualizado para que seja mais aprofundado e lapidado. Esperamos receber novas contribuições, pois teremos mais um ano de trabalho pela frente. Os cristãos leigos e leigas merecem o que há de melhor. São eles os sujeitos tanto na Igreja quanto na sociedade, dando ritmo a tudo o que existe. Eles sentem as alegrias e as dores de cada momento nesse mundo, lugar da ação consciente, autônoma e criativa do cristão”, pontuou.

E o que significa ser sujeito eclesial? O que isso muda no entendimento acerca da missão do leigo na Igreja? Dom Severino responde: “Muda a compreensão do espaço que o leigo deve ocupar. Significa que o leigo deixa de ser objeto da evangelização e passa a ser sujeito da evangelização. Ganha, também, autonomia. Uma autonomia que não é divisão, porque está unido ao corpo eclesial, como os dedos de uma mão. Estão ligados ao corpo, mas possuem autonomia de ação”.

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