Corpus Christi: programação e história da solenidade

Atualizado em 25/06/19 às 13:043 minutos de leitura333 views

A Festa de “Corpus Christi” é a celebração em que solenemente a Igreja comemora o Santíssimo Sacramento da Eucaristia; sendo o único dia do ano que o Santíssimo Sacramento sai em procissão pelas ruas. Nesta festa os fiéis agradecem e louvam a Deus pela Eucaristia, na qual o próprio Senhor se faz presente como alimento, conforme Suas palavras na Última Ceia. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã dos católicos. Nela está contido todo o tesouro espiritual da Igreja, o próprio Cristo.

Para este dia, as Paróquias preparam programações particulares, que incluem Missas, Vigília, Adoração e Bênção do Santíssimo. Dom Manoel Delson, Bispo Diocesano, preside as Missas na Catedral de Nossa Senhora da Conceição às 10h e às 15h. Após a Missa da manhã, acontece, na Catedral, Adoração até às 15h. Após a Missa da tarde, acontece a Procissão de corpus Christi pelas seguintes ruas do centro da cidade: rua Bento Viana (lateral da Catedral), Vila Nova da Rainha, rua João da Mata, rua Vidal de Negreiros, Av. Floriano Peixoto até a Catedral.

ORIGEM DA SOLENIDADE

Na origem da festa de Corpus Christi estão presentes dados de diversas significações. Na Idade Média, o costume que invadiu a liturgia católica de celebrar a missa com as costas voltadas para o povo, foi criando certo mistério em torno da Ceia Eucarística. Todos queriam saber o que acontecia no altar, entre o padre e a hóstia. Para evitar interpretações de ordem mágica e sobrenatural da liturgia, a Igreja foi introduzindo o costume de elevar as partículas consagradas para que os fiéis pudessem olhá-la. Este gesto foi testemunhado pela primeira vez em Paris, no ano de 1200.

Entretanto, foram as visões de uma freira agostiniana, chamada Juliana, que historicamente deram início ao movimento de valorização da exposição do Santíssimo Sacramento. Em 1209, na diocese de Liége, na Bélgica, essa religiosa começa ter visões eucarísticas, que se vão suceder por um período de quase trinta anos. Nas suas visões ela via um disco lunar com uma grande mancha negra no centro. Esta lacuna foi entendida como a ausência de uma festa que celebrasse festivamente o sacramento da Eucaristia.

Quando as ideias Da Irmã Juliana chegaram ao bispo, ele acabou por acatá-las e, em 1246, na sua diocese, celebra-se pela primeira vez uma festa do Corpo de Cristo. Por providência, o bispo de Ir. Juliana vem a tornar-se o Papa Urbano IV, que estende a festa de Corpus Christi para toda Igreja, no ano de 1264. Para isto, ele convocou uma assembleia, da qual participaram São Tomás de Aquino e São Boaventura. São Tomás de Aquino compôs o hino “Louva, Sião, o Salvador”, até hoje cantado na solenidade de Corpus Christi pelo mundo.

Mas a difusão desta festa litúrgica só será completa no pontificado de Clemente V, que reafirma sua significação no Concilio de Viena (1311-1313). Alguns anos depois, em 1317, o Papa João XXII confirma o costume de fazer uma procissão, pelas vias da cidade, com o Corpo Eucarístico de Jesus, costume testemunhado desde 1274 em algumas dioceses da Alemanha.

O Concílio de Trento (1545-1563) vai insistir na exposição pública da Eucaristia, tornando obrigatória a procissão pelas ruas da cidade. Este gesto, além de manifestar publicamente a fé no Cristo Eucarístico, era uma forma de lutar contra a tese protestante, que negava a presença real de Cristo na hóstia consagrada.

Atualmente a Igreja conserva a festa de Corpus Christi como momento litúrgico e devocional do Povo de Deus, realizada na quinta-feira, após a solenidade da Santíssima Trindade. Uma festa que foi incorporada pela religiosidade popular, criando características particulares como a produção de tapetes com serragem para enfeitar as ruas, casas enfeitadas com altares por onde passa a procissão...

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